Helton
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Como eu imaginava, o curso deu uma boa noção de como seria viver sem as facilidades que estamos acostumados. Os momentos que mais marcaram foram no acampamento, em grupo: andar na mata no escuro total, amarrar as redes tateando as árvores, vigiar a fogueira e comer o que iria pro lixo, com quase nenhum conforto.
Me surpreendeu o quanto a temperatura cai na mata, mesmo após um dia quente. Mesmo com saco de dormir e rede, o isolante térmico fez falta.
A convocação do Pepê, na madrugada, para aplicar conhecimentos de sobrevivência, foi infeliz. Mas serviu para reforçar a importância do curso.
Nenhuma das técnicas parecia fora de lugar. Se eu pudesse sugerir algo, seria dedicar mais tempo para treinar os nós fundamentais, talvez até revisando isso no dia seguinte com uma atividade prática. Também aprendi que é possível sobreviver com bem menos comida do que eu esperava, como o "sopão" deixou claro.
Não acho que o curso básico precisa ser mais difícil. Ele foi efetivo em ajustar um pouco minhas expectativas sobre situações de desastre, sem que eu precise pagar psicoterapia depois.
A mistura de desafio e apoio — que os instrutores carinhosamente chamam Mãetibeller — foi muito bem dosada, com alívio sempre aparecendo no momento certo. O bom humor da equipe e do grupo também foi um grande diferencial para deixar o ambiente mais leve.
Apesar de não ter visto mais que relances disso, foi possível imaginar o que pode acontecer com a integridade da equipe quando ela está sem sono e alimentos.
O curso me fez pensar na importância de um treinamento específico para sobrevivência urbana, onde moro.
Minha sugestão?
Um curso de bug out na prática. O negócio deu errado, pega o que dá e rua.